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A saúde da Alma e do corpo.

  • sitelibertas
  • 27 de out. de 2016
  • 3 min de leitura




Localizada no centro do Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos, a capela do Sagrado Coração de Jesus, que foi inaugurada com missa solene em 20 de outubro de 1935, graças ao apoio do então Conde Antônio de Toledo Lara, que era cafeicultor, empresário do ramo imobiliário na região e com grande participação na companhia Antarctica Paulista de Bebidas, ainda guarda - em seu misterioso silêncio aos olhares mais atentos e ouvidos mais sensíveis - profundas emoções vividas pelos internos do antigo sanatório que foi inaugurado em 1924 e palco das mais peculiares e dolorosas histórias humanas de brasileiros vindos das mais diversas regiões do pais.

Hoje, totalmente recuperada graças ao apoio da comunidade local e com atividades sacras, ela expressa, em dias comuns, um silêncio que revela as orações de muitos que suplicavam pela cura e por alguns que, no auge de seus desesperos de plenas dores, imploravam pela partida em seus sofridos corações!

Este verdadeiro monumento da fé humana é silencioso, mas um marco, uma referência para as almas que eram acolhidas pelos ilustres reverendos que exerceram suas funções em seu interior e que a todos recebiam com sentimentos sacerdotais, a exemplo do então Capelão do Sanatório o Padre Ascânio Brandão, ou do Padre Bindão e Dom Couto, além do padre Rodolfo Kamórek, um polonês que veio para São José dos Campos como paciente, no início do século passado, mas que, diante dos sofrimentos de outros e do seu amor cristão intensificou seu trabalho e, embora diagnosticado para sobreviver por apenas três meses, trabalhou por nove anos consecutivos e intensamente junto aos enfermos do sanatório e de moradores da cidade.

No interior da antiga capela ainda ressoam em suas paredes verdadeiros hinos de acolhimentos aqueles que sofriam do mal da época e que tinham como suas últimas esperanças as bênçãos diárias, proferidas pelos então sacerdotes, que trabalhavam em perfeita harmonia com os médicos e profissionais da Saúde visando, sempre, o bem estar dos doentes.

Era um outro momento...! Uma época em que grande parte das instituições de saúde estavam vinculadas, ou ao menos muito próximas, das religiões, sobretudo a católica. Foram tempos significativos na formação da sociedade brasileira - creio eu - e, também, de especial acolhimento, quando, além do corpo, cuidava-se da alma com o mesmo carinho e intenção.

Hoje, quando estudados os efeitos das preces, das orações ou mesmo do caráter devocional que possuem ou desenvolvem os adoentados, especialmente aqueles que apresentam patologias mais difíceis de recuperação ou mesmo que vivem sob tratamentos paliativos, compreendemos, ou ao menos valorizamos, essa peculiar união, onde corpo e alma eram acolhidos, em um só momento, num único processo terapêutico e dentro da própria instituição.

Ao contemplar as antigas instituições, em que pesem as vinculações oficiais entre Estado e Igreja naquelas épocas longínquas, sobretudo na área da saúde humana, parece-nos que o que foi no passado, também, pode ser no presente, se o homem realmente abrir sua mente e seu coração para os conceitos mais elevados e mais puros, mais autênticos e vinculados a natureza humana, onde é possível compreender que devemos ser vistos e acolhidos no sentido físico, psíquico, social e, também, espiritual.

Talvez seja pelas minhas próprias crenças e ideais que acredito nessa possível união fraternal entre ciência e religiosidade humana. E, quando piso em solos sagrados, como o da antiga Capela do Sagrado Coração de Jesus do Vicentina Aranha, é que essa esperança se renova em minha alma de psicólogo.

São José dos Campos, Primavera de 2016 – José Paulo Ferrari


 
 
 

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